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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Caio Prado Jr...




Relatório de leitura do texto

‘‘Sentido da Colonização’’

Do livro: Formação do Brasil Contemporâneo – Caio Prado Jr.

Breve Comentário do trabalho:
  

Temos por objetivo, criar um relatório de leitura analisando o pensamento do historiador Caio Prado Júnior apontando as inovações e as contribuições do livro ‘‘A Formação do Brasil Contemporâneo’’.

Relatório de Leitura do Texto: ‘‘Sentido da Colonização’’ – Caio Prado Junior.

Caio Prado Junior nascido em 11 de fevereiro de 1907, falecido em São Paulo, 23 de novembro de 1990, foi historiador, geógrafo, escritor, político e editor brasileiro.
Abordaremos nessa resenha o trabalho do historiador e sua ótica acerca da evolução do Brasil no decorrer de três séculos que passamos sobre o domínio lusitano.
Em seu capítulo ‘‘O Sentido da Colonização’’, o historiador buscou analisou a sociedade colonial brasileira com respaldo em ideias desenvolvidas por Karl Marx seguindo a linha do ‘‘Materialismo Histórico’’. Sua ideia central é de que o autor vê na colônia uma sociedade cuja estrutura e funcionamento foram determinadas pelo comércio exterior e portanto, um mero empreendimento a serviço do capital de comércio europeu.

‘‘O início do século XIX não se assinala para nós unicamente por estes acontecimentos relevantes que são a transferência da sede da monarquia portuguesa para o Brasil e os atos preparatórios da emancipação política do país’’. (p.7). Em 22 de janeiro de 1808, Dom João e sua corte lusitana desembarcam no Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que a família real portuguesa pisava no solo dos trópicos.
Para Caio Prado Júnior, o passado colonial e escravista do Brasil, cuja razão de sua existência era a de produzir em larga escala, visando o mercado exterior, com sua necessária permanência da mão de obra escrava, está profundamente impressa nas instituições econômicas e sociais nos dias de hoje (devemos nos lembrar que Caio Prado Júnior escreveu esse livro durante a Segunda Grande Guerra Mundial em 1942 e ainda assim podemos ver que sua obra não se encontra obsoleta, a julgar pela composição atual de nossa organização política). Para o autor, o caráter colonial permanecia na estruturação da sociedade brasileira.

As Navegações Lusas em busca de Capital


‘‘No alvorecer do século XV, a história portuguesa muda de rumo’’ [...] ‘‘Portugal vai se transformando num país marítimo; desliga-se por assim dizer, do continente, e volta-se para o oceano que se abria para o outro lado; não tardará, com suas empresas e conquistas no ultramar, em se tornar uma grande potência colonial ’’. (p.16).
Devemos lembrar que Portugal foi pioneiro nas Grandes Navegações no século XV, pois foi o primeiro reino da Europa a se estabelecer politicamente. Possuíam uma religião pré-estabelecida (Católica) e não sofria de guerras políticas ou religiosas, como o caso da França e Inglaterra por exemplo. Podemos ainda mencionar seu posicionamento geográfico pois Portugal em toda sua costa é banhada pelo Oceano Atlântico (o que facilitou a expensão).

O desenvolvimento desse ‘‘capitalismo’’ (aspas pois o termo é anacrônico para a época) está relacionado a expansão marítimo-comercial européia, cujos resultados foram o descobrimento de novas rotas de comércio para o Oriente e o descobrimento, expansão e conquista colonial da América. A burguesia lusitana almejava assegurar um fornecimento de mercadorias e metais preciosos ao mesmo tempo abalar o monopólio italiano, em particular o da cidade de Gênova que nesse momento estava em seu apogeu devido aos mercadorias orientais. No solo de Portugal não se produzia nada, o povo luso era um fiasco em produção além do fato que seu solo não era fértil para plantio em larga escala (que era seu objetivo). Sem contar que também não possuíam exército de trabalhadores para serviço braçal como afirma o próprio autor:
‘‘Em Portugal, a população era tão insuficiente que a maior parte do território se achava ainda, em meados do século XVI, inculta e abandonada’’. (p.27).
Como mencionamos acima, a limitação do mercado consumidor, o esgotamento das minas de metais preciosos e o monopólio italiano no Mediterrâneo provocaram a busca de uma alternativa para expansão comercial. Ou seja, a expansão-marítimo comercial européia foi resultante da busca soluções para uma série de problemas que não só Portugal, mas toda Europa vinha enfrentando no século XIV. A solução final seria trazer um produto que todos pudessem consumir a um preço bem customizado, as especiarias (que já eram explorada nas Índias).

Para Caio Prado Júnior, as expansão marítima dos países da Europa, depois do século XV, expansão de que o descobrimento e a colonização da América constituem o capítulo que particularmente nos interessa aqui, se origina de simples empresas comerciais levadas a efeito pelos navegadores daqueles países.
Em suma, Caio Prado Júnior foi o pioneiro a abordar os trezentos anos de período colonial. Embora sua obra possa parecer de leitura redundante, sua obra é essencial para compreendermos o Brasil contemporâneo e globalizado. Embora o autor seja um historiador da história econômica, Raízes do Brasil faz um analisa rica tanto no que tange a cultura, artes e até mesmo indústria.
Caio Prado Júnior foi neto do maior exportador de café do mundo. Aristocrata e de linhagem refinada, sua obra ressalta os frutos de seu tempo (1942) e por isso sua obra embora possa parecer elitista, seu livro deve ser lido com cuidado para que os leitores não venham a cometer anacronia psicológica.


Referência bibliográfica: Caio Prado Jr. ‘‘Sentido da Colonização’’. In: Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1996 (23° Ed.).

Por Filipe Avelar


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