Relatório de leitura do texto
‘‘Sentido da Colonização’’
Do livro: Formação do Brasil
Contemporâneo – Caio Prado Jr.
Breve
Comentário do trabalho:
Temos por objetivo, criar um relatório de
leitura analisando o pensamento do historiador Caio Prado Júnior apontando as
inovações e as contribuições do livro ‘‘A Formação do Brasil Contemporâneo’’.
Relatório
de Leitura do Texto: ‘‘Sentido da Colonização’’ – Caio Prado Junior.
Caio Prado Junior nascido em 11 de fevereiro
de 1907,
falecido em São Paulo, 23 de novembro de 1990,
foi historiador, geógrafo, escritor, político e editor brasileiro.
Abordaremos nessa resenha o trabalho do
historiador e sua ótica acerca da evolução do Brasil no decorrer de três
séculos que passamos sobre o domínio lusitano.
Em seu capítulo ‘‘O Sentido da Colonização’’, o
historiador buscou analisou a sociedade colonial brasileira com respaldo em
ideias desenvolvidas por Karl Marx seguindo a linha do ‘‘Materialismo
Histórico’’. Sua ideia central é de que o autor vê na colônia uma sociedade
cuja estrutura e funcionamento foram determinadas pelo comércio exterior e
portanto, um mero empreendimento a serviço do capital de comércio europeu.
‘‘O início do século XIX não se assinala para
nós unicamente por estes acontecimentos relevantes que são a transferência da
sede da monarquia portuguesa para o Brasil e os atos preparatórios da
emancipação política do país’’. (p.7). Em 22 de janeiro de 1808, Dom João e sua
corte lusitana desembarcam no Rio de Janeiro. Foi a primeira vez que a família
real portuguesa pisava no solo dos trópicos.
Para Caio Prado Júnior, o passado colonial e
escravista do Brasil, cuja razão de sua existência era a de produzir em larga
escala, visando o mercado exterior, com sua necessária permanência da mão de
obra escrava, está profundamente impressa nas instituições econômicas e sociais
nos dias de hoje (devemos nos lembrar que Caio Prado Júnior escreveu esse livro
durante a Segunda Grande Guerra Mundial em 1942 e ainda assim podemos ver que
sua obra não se encontra obsoleta, a julgar pela composição atual de nossa
organização política). Para o autor, o caráter colonial permanecia na
estruturação da sociedade brasileira.
As Navegações Lusas em busca de Capital
‘‘No alvorecer do século XV, a história
portuguesa muda de rumo’’ [...] ‘‘Portugal vai se transformando num país
marítimo; desliga-se por assim dizer, do continente, e volta-se para o oceano
que se abria para o outro lado; não tardará, com suas empresas e conquistas no
ultramar, em se tornar uma grande potência colonial ’’. (p.16).
Devemos lembrar que Portugal foi pioneiro nas
Grandes Navegações no século XV, pois foi o primeiro reino da Europa a se
estabelecer politicamente. Possuíam uma religião pré-estabelecida (Católica) e
não sofria de guerras políticas ou religiosas, como o caso da França e
Inglaterra por exemplo. Podemos ainda mencionar seu posicionamento geográfico
pois Portugal em toda sua costa é banhada pelo Oceano Atlântico (o que
facilitou a expensão).
O desenvolvimento desse ‘‘capitalismo’’ (aspas
pois o termo é anacrônico para a época) está relacionado a expansão
marítimo-comercial européia, cujos resultados foram o descobrimento de novas
rotas de comércio para o Oriente e o descobrimento, expansão e conquista
colonial da América. A burguesia lusitana almejava assegurar um fornecimento de
mercadorias e metais preciosos ao mesmo tempo abalar o monopólio italiano, em
particular o da cidade de Gênova que nesse momento estava em seu apogeu devido
aos mercadorias orientais. No solo de Portugal não se produzia nada, o povo
luso era um fiasco em produção além do fato que seu solo não era fértil para
plantio em larga escala (que era seu objetivo). Sem contar que também não
possuíam exército de trabalhadores para serviço braçal como afirma o próprio
autor:
‘‘Em Portugal, a população era tão insuficiente
que a maior parte do território se achava ainda, em meados do século XVI,
inculta e abandonada’’. (p.27).
Como mencionamos acima, a limitação do mercado
consumidor, o esgotamento das minas de metais preciosos e o monopólio italiano
no Mediterrâneo provocaram a busca de uma alternativa para expansão comercial.
Ou seja, a expansão-marítimo comercial européia foi resultante da busca
soluções para uma série de problemas que não só Portugal, mas toda Europa vinha
enfrentando no século XIV. A solução final seria trazer um produto que todos
pudessem consumir a um preço bem customizado, as especiarias (que já eram explorada
nas Índias).
Para Caio Prado Júnior, as expansão marítima
dos países da Europa, depois do século XV, expansão de que o descobrimento e a
colonização da América constituem o capítulo que particularmente nos interessa
aqui, se origina de simples empresas comerciais levadas a efeito pelos
navegadores daqueles países.
Em suma, Caio Prado Júnior foi o pioneiro a
abordar os trezentos anos de período colonial. Embora sua obra possa parecer de
leitura redundante, sua obra é essencial para compreendermos o Brasil
contemporâneo e globalizado. Embora o autor seja um historiador da história
econômica, Raízes do Brasil faz um analisa rica tanto no que tange a cultura,
artes e até mesmo indústria.
Caio Prado Júnior foi neto do maior exportador
de café do mundo. Aristocrata e de linhagem refinada, sua obra ressalta os
frutos de seu tempo (1942) e por isso sua obra embora possa parecer elitista,
seu livro deve ser lido com cuidado para que os leitores não venham a cometer
anacronia psicológica.
Referência bibliográfica: Caio Prado Jr. ‘‘Sentido da Colonização’’. In: Formação
do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1996 (23° Ed.).
Por Filipe Avelar
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