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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Casa Grande & Senzala...




Relatório de leitura do texto

‘‘O Escravo Negro na Vida Sexual e de Família do Brasileiro’’

Do livro: Casa Grande & Senzala – Gilberto Freyre

Breve Comentário do trabalho:

      O objetivo desta obra é explanar uma análise de leitura ressaltando a relevância do pensamento de Gilberto Freyre apontando as inovações e as contribuições do texto ‘‘O Escravo Negro na Vida Sexual e de Família do Brasileiro’’, capítulo de sua obra Casa Grande & Senzala.

Resenha do texto: ‘‘O Escravo Negro na Vida Sexual e de Família do Brasileiro’’ - Gilberto Freyre.

O sociólogo Gilberto Freyre faz uma análise sobre a força motriz da colonização lusitana no Brasil. Para ele, a força dessa colonização e o resultado dela está na miscigenação.
Sua obra aponta para a formação sócio-cultural do Brasil através do hibridismo entre três raças: O índio, o português e o negro. Esse último para Freyre sobrepõe sua cultura ante as outras duas raças. Sua obra no entanto, destaca a relação entre senhor e escravo.
No texto, é ressaltado que todos nós brasileiros carregamos no corpo ou em nossa cultura do dia a dia algum estigma da influência africana. Freyre começa o capítulo enfatizando a importância da ama de leite e sua relação com a criança no período colonial e a proximidade que isso causava entre os dois.
O posicionamento geográfico, favoreceu ao negro posto ele teria uma cultura ‘‘superior’’ a do indígena. Quanto aos historiadores do século XIX, limitaram a procedência dos escravos importados para o Brasil ao estoque banto. Algo que deveria ser corrigido, posto que foram muitas as espécies trazidas do continente africano e cada qual tinha sua própria cultura o que fazia que o continente africano fosse um tanto heterogêneo socioculturalmente.
Para Freyre, a formação brasileira foi beneficiada pelo melhor da cultura negra da África, absorvendo elementos culturalmente elitistas na qual faltaram na mesma proporção ao sul dos E.U.A.
Geográfica e climaticamente, o negro tem pré-disposição biológica para o clima dos trópicos, se banhavam muito, possuem gosto e resistência ao sol, enquanto os índios reverenciavam mais os dias de chuva. Se adaptaram melhor ao trópico pois enquanto os índios eram mais cerimonialistas os negros eram mais corteses e aglomeravam-se entre as outras raças com maior adaptabilidade. Dominaram a cozinha brasileira devido a sua culinária que era muito bem apreciada pelos portugueses.


 Através de estudos antropológicos, Freyre apontou para o fato dos negros terem grande memória, intuição e percepção imediata das coisas. Os africanos vindos para o Brasil eram procedentes da cultura maometana (islamismo), cultura ‘‘superior’’ à dos índios e à maioria dos colonos brancos. Estes africanos sabiam ler e escrever, qualidades semelhantes ao árabe. Nas senzalas da Bahia no século XIX, havia mais gente lendo e escrevendo do que na casa grande. O islamismo desenvolveu cultura forte nas Senzalas, hábitos como se vestir de branco (africanos gostam de vestimentas colorizadas e não brancas como os árabes), cultuar o dia dos mortos, jejum, rezas, etc. São todos resquícios do estigma árabe.
Também as roupas das mucamas sofria a influência da cultura maometana. Sua sexualidada era aflorada e portanto cabia a ela iniciar os mais jovens dentro da casa grande (para Freyre, não existe escravidão sem depravação portanto, a libertinagem do negro fazia regime simbiótico com sua condição de escravo) característica desse modo de vida tanto nas senzalas como nas casas grandes.
No que tange as questões religiosas, verificou-se entre nós uma profunda confraternização de valores e de sentimentos. Predominantemente coletivistas, os vindos das senzalas, aportavam mais o individualismo, e para o primitivismo, os das casas grandes. ‘‘Os escravos tornados cristãos fazem mais progresso na civilização’’, observou Koster.
Não foi só ‘‘no sistema de batizar negros’’ que se resumia a política de assimilação, ao mesmo tempo que de contemporização seguida no Brasil pelos senhores de escravos: consistiu principalmente em dar aos negros a oportunidade de conservarem, à sombra dos costumes europeus e dos ritos e doutrinas católicas, formas e acessórios da cultura mítica africana.
Em suma, O sociólogo possui uma visão adocicada do Brasil. Talvez porque ele escreva com a mente de Pernambuco (os Estados do Brasil não eram homogêneos), Freyre escreve com a mente de Pernambuco e o próprio assume que sua obra era uma ensaio (p. 368, 2° parágrafo). O autor explana uma visão na qual a cultura do negro é superior a do indígena e do português. O jeito extrovertido, alegre, plástico e adaptável, o tornava mais ‘‘absoluto’’ nesse critério de sobrevivência ao ambiente no qual ele foi inserido e portanto ele era superior o hibridismo racial que resultou na miscigenação.  Quando Freyre amiúde cita a tese de que o negro seria ‘‘superior’’ ao indígena nem ao português , para nós historiadores, soa um tanto com grau etnocêntrico. Talvez pela ótica em que o autor tenha desenvolvido devido ao fato do próprio ter tido contato vivente com o modus viventi da casa grande, muitas vezes também chamada de ‘‘casas de vivenda’’.

Referência bibliográfica: Casa Grande & Senzala. FREYRE Gilberto. Capítulo IV ‘‘O Escravo Negro na Vida Sexual e de Família do Brasileiro’’.

Por: Filipe Avelar.

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