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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Elide Rugai Bastos...




Relatório de leitura do texto

Gilberto Freyre e o Tema da Miscigenação

                Elide Rugai Bastos                     

 
Breve Comentário do trabalho:

      O objetivo desta obra é explanar uma análise de leitura ressaltando a relevância do pensamento de Gilberto Freyre apontando as inovações, o limite e as contribuições de sua obra Casa Grande & Senzala.


Resenha do texto: ‘‘Gilberto Freyre e o Tema da Miscigenação’’ - Elide Rugai Bastos.

A autora Elide Rugai Bastos, faz uma rica análise de uma das principais obras do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre: “Casa-grande & Senzala”, lançado pela primeira vez em 1933. Ela expõe os pontos de vista de Freyre sobre miscigenação, formação do povo brasileiro e suas principais teses.
Rugai salienta o período em que o livro foi lançado – 1933 – em que o País estava passando por uma reformulação política e surgiam questões sobre a formação da nação e que tipo de política poderia ser idealizada para aquela população.
A autora faz uma análise também do tipo de formação que Freyre obteve fora do Brasil. Freyre estudou nos Estados Unidos e após esse tempo na América do Norte, foi para a Europa, onde adquiriu uma formação impecável em Sociologia. Dentre os lugares aonde estudou, destacam-se a Universidade de Colúmbia e sua complementação foi realizada em Oxford. Dessa formação, Gilberto Freyre foi influenciado por autores espanhóis como Ganivet, Unamuno, Pio Baroja entre outros. Ele também foi inovador em sua visão antropológica da história do Brasil e de seu povo,
O texto cita algumas de suas fontes que o autor utilizou para realizar sua pesquisa e iniciar a obra que é uma história íntima do povo brasileiro: “Assim, utilizará base documental diferente das convencionais utilizadas por historiadores, arrolando dados colhidos em diários íntimos, cartas, livros de viagens, folhetins, autobiografias, confissões, depoimentos pessoais escritos e orais, livros de modinhas e versos, cadernos de receita, romances, notícias e artigos de jornais”.
Uma das teses que Gilberto Freyre questiona é a do “determinismo geográfico” que afirmava que o homem seria produto do meio em que vive sendo assim ele não se adaptaria a outro ambiente. Freyre cita o exemplo do colonizador português que, mesmo estando em um ambiente “hostil” para sua natureza européia, consegue se adaptar e permanecer no trópico.
Rugai fala sobre a chamada “democracia racial” onde o autor diz que houve uma tolerância por parte dos portugueses em relação a cultura oposta dos índios e negros. Tese largamente desacreditada mais tarde por outros autores como Florestan Fernandes.  Segundo a visão freyriana, os portugueses eram menos preconceituosos do que outros povos europeus e adotaram de bom grado a cultura de outros povos.
Freyre questiona e rejeita as interpretações que se fundam na afirmação sobre a inferioridade de algumas raças sobre outras, lugar comum na maior parte dos autores da década de 20. Para Freyre, a sociedade brasileira só pode ser compreendida se nós nos atentarmos para os três elementos que a definem:
1 – O Patriarcado que seria um termo utilizado nas ciências sociais como referência a uma sociedade em que o homem exerce o poder de liderança na família (pater familias), tendo a mulher uma condição inferior (ideologia misógina desse período).
2 – Inter-relação das etnias e cultura que seria a miscigenação racial, a pluraridade de costumes e tradições assim como o meio em que o indivíduo se encontra e se adapta.
3 – O Trópico. Esse último, refere-se ao ambiente climático, geográfico no qual essa sociedade vai sendo planificada.

Para Gilberto Freyre, esses elementos, tem igual peso e relevância. Esses três marcos definidores da formação nacional aparecem correlacionados de maneira que cada um deles, encontra sua explicação convergindo com os outros dois. Ou seja, o Patriarcalismo é a discussão que ele faz sobre a família. No que tange a miscigenação não é apenas racial no Brasil mas também cultural e tanto a família como essa miscigenação só são possíveis, porque acontecem no trópico. Ou seja, a condição especial de nosso território que se difere completamente da européia.
Quando analisamos as diferentes etnias e culturas no povo brasileiro, Freyre aponta para o fato de na constituição da sociedade nacional, existir um embate de duas inclinações (ou tendências), ou seja, o sociólogo o tempo inteiro ressalta como temos anexado em nossa formação um princípio dual (formando-se como numa simbiose). Esses princípios seriam:
A presença de uma linguagem erudita e outra rústica. As duas criando a constituição de nossa sociedade nacional.

Em suma, a historiadora Elide Rugai Bastos aponta para relevância da obra de Gilberto Freyre Casa Grande & Senzala como um relato inovador no campo dos estudos históricos e sociológicos e o emprego de fontes diferentes (contrárias aos historiadores adeptos do método empregado pelo positivismo). Seu trabalho, trata-se de um método ainda não utilizado nas reflexões sociológicas no Brasil: O estudo do cotidiano. Portanto, uma fonte opulenta de história das mentalidades, culturas e tradições do período colonial.

Por: Filipe Avelar, Driele Soares e Cris Gonçalves.
 

BASTOS, Elide Rugai. “Gilberto Freyre: Casa-Grande e Senzala”. In: MOTA, Lourenço Dantas (org). Introdução ao Brasil: um banquete no Trópico. São Paulo: Ed. Senac, 2004, p. 215-234.

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